Derrocada de pedras junto ao Cais do Ginjal
A última derrocada de terras e pedregulhos da arriba de Almada relançou o medo entre moradores e comerciantes do passeio ribeirinho entre o Ginjal e o Olho de Boi, em Cacilhas. “Seriam umas dez horas da manhã de 26 de Dezembro quando um pedregulho enorme veio por ali baixo, até bem perto das casas”, disse Susana Bourscheidt, empregada do Restaurante Atira-te ao Rio.
“Foi um susto enorme para toda a gente. Depois do estrondo, levantou-se em toda esta zona junto dos restaurantes uma nuvem de pó”, acrescentou.“Já não é a primeira vez que acontece”, disse, por sua vez, André Machado, do restaurante Ponto Final.
“Com as chuvas é frequente acontecerem as derrocadas. Em 2005, caíram dois pedregulhos junto do elevador panorâmico e há um outro nas escadas, com cerca de meio metro de altura”, acrescentou.
Segundo dados da Protecção Civil, verificam-se deslizamentos de terras perigosos desde 1999, sem que, no entanto, se tenham verificado até hoje danos pessoais ou materiais graves. A última derrocada partiu da base do Forte de Almada, mas não colocou esta estrutura em perigo, pelo que o edifício, onde fica o quartel da GNR, foi entretanto reaberto.
Em Abril de 2003, o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) decidiu intervir com “carácter de urgência” na consolidação da arriba. A obra não foi feita e, entretanto, o ICN deixou de querer a tutela da arriba.
MUITAS QUEIXAS
"PEDRAS CAEM NOS TELHADOS" (André Machado, Ponto Final)
“São frequentes as quedas de pedras durante o período das chuvas, contudo, até hoje, nada foi feito para resolver este problema. Para nós, que trabalhamos ou vivemos aqui, junto do Rio Tejo, fica complicado sempre que ocorre uma derrocada. Sobretudo, quando ouvimos o barulho de pedras que caem sobre os telhados, tememos o pior”.
"DESLIZAMENTO ATINGE ESPLANADA" (Susana Bourscheidt, Atira-te ao Rio)
“É lamentável que o Ginjal, classificado como zona turística e com um elevador panorâmico, tenha sido deixado ao abandono pelas autoridades. Nas derrocadas, por vezes as pedras caem sobre a esplanada e nada é feito. Outro problema é a iluminação pública. Estragou-se. Resultado: as pessoas têm medo de vir à noite ao restaurante”.
In Correio da Manhã de 08-01-2007
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