quarta-feira, novembro 22, 2006

Indústria e habitação podem vir a conviver na antiga Siderurgia

A foto em cima mostra a área da antiga siderurgia nacional, no concelho do Seixal, para onde foi elaborado o Estudo de Ordenamento Urbano e Paisagístico (POUP), mandado realizar pela autarquia.

Tal como acontece com outros estudos, as conclusões adaptam-se à medida de quem encomenda o estudo. Por exemplo, se se quisesse construir um empreeendimento em qualquer sítio da nossa orla costeira, encomenda-se o Estudo de Impacto Ambiental a qualquer uma associação ambientalista, que logo de seguida o seu parecer é favorável à construção do empreendimento. Afinal é assim que muitas associações sobrevivem...

Deste modo, o POUP prevê viabilidade para a construção de 1500 fogos de habitação, comércio, indústria ligeira e logística, indústria pesada, espaços verdes e acessibilidades. Genericamente, o plano contempla três áreas, a saber:

"A sul a terceira fase do Parque Industrial do Seixal (PIS), 80 hectares que vão duplicar a área do parque existente e que se destinam à instalação de empresas logísticas de pequena e média dimensão.”

"Uma zona central ocupada por indústria pesada (Lusosider, SN Seixal - Longos) e que deverá manter esse uso."

"E uma área a norte (cerca de 100 hectares) com habitação, comércio e serviços e centro náutico. Esta área será de “transição para o espaço urbano do concelho” e pode ficar fisicamente separada da área central pela ligação viária (ponte) Seixal-Barreiro."

A Câmara Municipal do Seixal pretende viabilizar o projecto quanto antes, no entanto necessita de ser aprovado pelo governo, uma vez que se altera o uso do solo industrial previsto no PDM.

O que mais preocupa neste projecto é a questão da contaminação dos solos, para que seja possível a construção de habitação. Preocupa que estejam projectados 1500 fogos, quando existem milhares de outros fogos devolutos ou por vender/alugar.

Neste sentido é questionável a necessidade de aumentar o parque habitacional do Seixal quando já existe tanta oferta. Reabilitar uma zona degradada como é a Siderugia, parece-me correcto, mas essa reabilitação deverá contemplar outros pressupostos.




1 Comments:

Anonymous Anónimo Escreveu...

Não é só questionável pela parte da possível "sobrecarga" habitacional!

Então e o que dizer das acessibilidades?? O Concelho do Seixal já é o que é, nesse aspecto... a mais que saturada Estrada Nacional 10; a pseudo alternativa à EN10 que curiosamente "emperrou" quando uma zona de sobreiros foi deitada abaixo para construir um supermercado, um Metro Sul do Tejo que, a passar no Concelho do Seixal, só se for por cima de prédios, etc...

Mas neste caso ninguém repara na sobrecarga rodoviária que mais 1500 fogos provocam no concelho??? E apontam como uma ponte do Seixal para o Barreiro para resolver os problemas?? DE QUEM, pergunto eu? Dos Barreirenses ou dos Seixalenses?? É que a mim, afigura-se-me que será mais uma via para o pessoal do Barreiro aceder à A2 no nó do Fogueteiro!!

Além disso pergunto-me eu: Não acham que existe parque habitacional em excesso nesse Concelho? É este o sinónimo da gestão Urbanística CDU? Então será que não faz falta postos de trabalho para fixar a população? Ou para a Câmara Municipal do Seixal ou importante é esse concelho assumir-se definitivamente como "dormitório"?

Não, Sr. Alfredo Monteiro, esse projecto a mim não me convence! E aliás preocupa-me... porque me está a parecer que se está a tentar mais alguma forma de resolver as dividas que a CMS tem... Por falar nisso, já pagaram à ADSE...?

Cumprimentos

quinta-feira, 23 novembro, 2006

 

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