Comerciantes de Almada querem indemnizações pelas obras do metro

Os comerciantes de Almada exigem compensações monetárias ao Estado pelas perdas, até 70%, que têm tido nos seus negócios devido às obras do Metro Sul do Tejo naquela cidade

A Comissão Operativa dos Comerciantes do Espaço Canal Metro Sul do Tejo (MST) em Almada reuniu-se hoje com o deputado eleito pelo PSD em Setúbal, Luís Rodrigues, para discutir novas formas de sensibilização para o caso dos comerciantes locais.

O deputado social-democrata confirmou à Agência Lusa que irá apresentar na quarta-feira um requerimento à Assembleia da República alertando para a situação vivida pelos comerciantes desde o início das obras no centro da cidade, em Fevereiro.

Além disso, tanto Luís Rodrigues como a Comissão de Comerciantes irão fazer chegar ao Ministério dos Transportes e Obras Públicas um pedido de reunião para discutir possíveis compensações monetárias que cumpram os prejuízos apresentados pelos comerciantes.

«A única coisa que queremos é que as entidades responsáveis intervenham, dentro do possível, no sentido de minimizar os impactos negativos que a obra tem trazido às nossas actividades», declarou Nuno Guerra, presidente da Associação de Comerciantes.

Uma opinião que foi partilhada por Luís Rodrigues que acrescentou que as perdas de lucros, na ordem dos 30 a 70 por cento, dependendo do negócio, «poderão deixar os cerca de 1500 trabalhadores envolvidos numa má situação».

Nuno Guerra destacou ainda o facto de algumas lojas da zona já terem fechado, caso da multinacional italiana Benetton, sendo que «não tarda que outras lhe sigam os passos, pois a situação está insustentável».

A criação de mais estacionamento gratuito e a ligação gratuita entre o Centro Sul e a zona de lojas da cidade para os frequentadores dos estabelecimentos foram algumas das opções apresentadas pela Comissão, «apesar de estarem todas sem resposta».

Nuno Guerra declarou também que a realização das obras durante um período tão alargado - até ao final do ano de 2008 - «está a afastar a clientela para os centros comerciais», locais onde há estacionamento e todos os serviços necessários ao cliente.

Assim sendo, a Comissão de Comerciantes do Espaço Canal do MST em Almada pretende conseguir uma reunião com a secretária de Estado dos Transportes, no sentido de «levar a cabo as promessas apresentadas na documentação da obra, que prevê a compensação financeira para comerciantes», disse Nuno Guerra.

Por seu lado, Luís Rodrigues não pôs de lado a hipótese de realização das reuniões de forma conjunta com a Comissão de Comerciantes, até porque «o Estado tem de avaliar prejuízos e arranjar formas de os pagar».

In Lusa / SOL